quinta-feira

Evangelismo: Passos simples para atravessar as salas da vida e alcançar os perdidos

A Travessia Definitiva de uma Sala

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Dez mil passos.Esta é a distância aproximada que você percorre, desde o nascer até o pôr-do-sol, todos os dias. Isso significa que em uma vida inteira você percorrerá cerca de 185.000 quilômetros - ou mais de quatro voltas ao redor deste grande planeta azul em que vivemos.Assim sendo, resta apenas uma pergunta: Você em usado seus passos com sabedoria? Suponhamos que a distância média para se atravessar a maioria das salas seja igual a seis metros - cerca de dez passos. A pergunta que pretendo responder é esta: E se dez passos - apenas um milésimo de sua média diária - pudessem realmente causar um impacto na eternidade?Se assim fosse, isso bem poderia mudar o seu modo de andar.Comecei a pensar sobre isso há meses atrás, depois de ter participado de um almoço no sul do Estado. Centenas de pessoas, representando várias etnias, se reuniram no salão de baile de um hotel, e eu senti que estava prestes a vivenciar uma interessante experiência. À medida que as outras pessoas que se sentariam comigo à mesa foram chegando, descobri que a diferença entre nós variava desde raça até idade, formação intelectual, profissão e religião. O moderador fez a abertura com algumas observações e pediu que todos dedicassem alguns minutos antes do almoço às apresentações, dizendo onde morávamos, que tipo de trabalho fazíamos e porque tínhamos ido ao evento. Enquanto fazíamos esse exercício, vi um cavalheiro afroamericano de grande estatura sentado do outro lado da mesa diante de mim. Quando chegou a sua vez, ele se apresentou com um nome de origem claramente muçulmana. Depois, quando o programa estava aproximadamente na metade, o olhar dele cruzou com o meu do outro lado da mesa e, em meio às conversas agitadas e ao barulho dos talheres, ele pronunciou as seguintes palavras: "Adoro os seus livros!"Automaticamente, girei minha cabeça para os dois lados para ver se algum legítimo escritor havia se aproximado de nossa mesa por trás. Não vendo ninguém ali, virei-me, espantado, apontei o dedo para o meu próprio peito e perguntei: "Eu?"Sorrindo, ele disse: "Sim! Vamos conversar depois do almoço".Sim - uma certa dose de curiosidade passou pela minha mente - vamos.O almoço seguiu em frente, enquanto eu torturava meu cérebro em busca de uma explicação racional que me dissesse por que aquele muçulmano havia cruzado com meus livros, que falavam claramente sobre temas cristãos.Mais tarde, ele acenou para mim e suas palavras começaram a juntar as peças do quebra-cabeça. "Entendo que meu comentário provavelmente o deixou meio confuso porque você deve presumir que sou um muçulmano", disse ele."Procuro nunca presumir nada em situações como esta", eu sorri, "mas, sim, estou um tanto curioso".Enquanto ele relatava a sua história, meu coração e minha mente mais uma vez foram despertados pelo poder do evangelismo pessoal. O discernimento que Deus me daria depois de interagir com aquele homem lançaria uma nova luz em minha mente sobre a forma como o Espírito Santo se move na vida dos seguidores de Cristo quando eles se compromete a permanecer em um relacionamento vibrante e dinâmico com Deus. Depois daquele encontro, passei semanas pensando nos comentários dele e fiquei ainda mais impressionado com minhas descobertas sobre o que deve ocorrer na vida dos discípulos de Cristo para que tenham uma vida que exerça impacto sobre os demais.
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Meu companheiro de mesa havia sido um islâmico a maior parte da vida. Ele mencionou que ser muçulmano afro-americano numa cidade do sul, aliado à sua atual linha de trabalho, fazia com que tivesse uma existência muitas vezes desconfortável. "Não tem sido um caminho fácil", disse ele. "Como você deve imaginar, tive muitas dificuldades no aspecto social. Na minha profissão costumamos ir a muitos coquetéis e outros eventos sociais. O que geralmente costumo fazer é chegar tarde, gentilmente aceitar um drinque e algo para comer, e esforçar-me para tentar fazer alguns contatos. Inevitavelmente, termino sozinho, encostado a uma parede ou isolado em um canto. Logo que penso ter ficado no local pelo tempo que etiqueta social exige, planejo uma retirada discreta e saio. Simplesmente é algocom o qual aprendi a conviver.""Certa noite, eu estava em uma dessas reuniões sociais. Como de costume, percebi vários grupinhos se formando para conversar sobre assuntos diversos. Eu não estava incluído em nenhum dos grupos, mas já havia me acostumado àquele tipo de cenário"."A certa altura, vi um homem do outro lado da sala absorto em uma discussão com algumas pessoas do seu 'tipo', digamos assim. De repente, ele olhou em outra direção e observou que eu estava de pé, sozinho, junto à parede oposta. Foi exatamente assim que aconteceu, Bill. Ele retirou-se do seu grupo de bate-papo, atravessou a sala decididamente, estendeu-me a mão e apresentou-se"."Sabe, foi tão fácil e natural", o muçulmano prosseguiu. "Nos momentos seguintes, falamos sobre nossas profissões, nossas famílias, negócios e esportes. Finalmente, a conversa enveredou para as questões de fé. Arrisquei dizer-lhe que eu era um muçulmano - estava um pouco hesitante com relação à forma como ele reagiria. Disse-me que era um seguidor de Cristo, mas que, verdade seja dita, não sabia quase nada sobre o Islã. Você pode imaginar minha surpresa quando ele me perguntou se eu lhefaria a gentileza de algum dia lhe explicar os fundamentos do Islã enquanto tomávamos um café. Acredita nisso? Ele disse que era uma pessoa curiosa e que queria sinceramente compreender as bases da minha fé e o motivo pelo qual eu havia dedicado minha vida àquela crença"."Na segunda vez que nos encontramos, todas as dúvidas que eu tinha sobre se de fato ele desejava ouvir sobre as minhas convicções foram rapidamente dissipadas. Ele realmente procurou entender acerca de minha vida e fé. Começamos a nos encontrar quase que semanalmente e, toda vez que me sentava diante dele, ficava impressionado com o ouvinte dedicado e compreensivo que ele demonstrava ser"."Em uma determinada semana, aproveitei a oportunidade paraperguntar-lhe sobre suas convicções. Fui cristão quando criança, mas havia abandonado Deus, abandonado a fé, deixado tudo porque a igreja que minha família freqüentava tinha um tremendo preconceito racial. Eu não queria fazer parte daquele cristianismo. Quando a situação se inverteu e eu passei a ouvir sobre a história de fé daquele homem, ele descreveu pacientemente porque havia dedicado toda a sua vida a essa pessoa chamada Jesus Cristo. Eu não podia acreditar na forma como a conversa se desenvolveu tão facilmente - e na forma respeitosa e sensata como ele transmitiu o seu amor por Deus. Apesar das nossas diferenças religiosas firmemente estabelecidas, estávamos rapidamente nos tornando amigos"."As coisas permaneceram assim por algum tempo, enquanto nosencontrávamos para falar sobre detalhes das nossas experiências de fé. As vezes ele me pedia alguns dias para encontrar respostas para minhas perguntas; outras, sabia exatamente onde eu estava tendo problemas e parecia ter as palavras perfeitas para elucidar minhas dúvidas. Finalmente chegou o dia - lembro-me de estar a sós em casa quando isto aconteceu - em que me senti inteiramente compelido a orar a Deus. Ajoelhei-me ao lado de minha cama, disse a Deus tudo o que estava sentindo, e no finalentreguei minha vida a Jesus Cristo. Cerca de uma semana depois, aquela única decisão mudou tudo no meu mundo! Cada pequena coisa".
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Meu coração se enchia enquanto era banhado por seu testemunho. Que história cativante! Descobri que ele já fazia parte da liderança de sua igreja local, onde encontrara alguns dos meus livros. E seus passos de fé já haviam impactado sua família, muitos dos quais tinham começado a dar largos passos na direção de Cristo. Ele realmente iniciara uma vida inteiramente nova - imersa no companheirismo, no poder e na graça salvadora de Jesus Cristo. Enquanto eu permanecia no salão vazio daquele hotel sem vida, numa tarde úmida do extremo sul, fiz o meu culto particular de adoração, agradecendo a Deus por redimir aquele homem, agradecendo-lhe por transformá-lo para sempre e por transformar, muito provavelmente, a eternidade de sua família.Tudo por causa de um homem que atravessou a sala.